quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Racismo às avessas - Nega do cabelo duro é barrada em Camaçari por deputada do PT

Quem diria que, após 26 anos de seu lançamento, a música ‘Fricote’, eternizada pelo cantor baiano Luiz Caldas, seria alvo de polêmica? A deputada Luiza Maia (PT) fez um anúncio, nesta quarta-feira (21/12), no qual informou que entrará com uma moção de repúdio ao artista, por ele ter tocado a canção, que leva no refrão o verso “nega do cabelo duro, que não gosta de pentear”, durante apresentação no 1º Festival de Jazz e Blues de Arembepe, distrito de Camaçari. Vale salientar que a política é autora de um projeto de lei que visa proibir o poder público de contratar bandas cujas letras possam ser ofensivas às mulheres.


Eu sempre comento com meus amigos que, às vezes, os mais racistas e sexistas são os próprios defensores das raças e sexos que enxergam preconceito em tudo que veem. A música, lançada em 1985, é um ícone da cultura baiana e foi escrita num período que reinava a inocência e molecagem, ao contrário da sociedade individualista e maliciosa que temos nos dias de hoje.


Se essa tal deputada deseja coibir atos de violência e ofensas contra as mulheres, que ela crie uma lei ainda mais rigorosa que a Maria da Penha, o que eu duvido, aliás, que ela seja capaz de fazer. Não é buscando mecanismos mesquinhos e ínfimos que o total respeito às mulheres será alcançado.


Sabe o que eu acho graça? Essas novas bandas de pagode baiano que estão estouradas por aí tratam as mulheres como se todas fossem verdadeiras vadias, no pior sentido da palavra, e exibem, durante os shows, cenas chocantes, como a simulação de um ato sexual entre os vocalistas e as indóceis fãs. E aí, deputada Luiza Maia? Isso não te incomoda, não? Será que isso não é mais ofensivo do que um verso, composto há mais de duas décadas, sobre uma negra de “cabelo duro”?


Um dos singles da banda A Bronkka, por exemplo, traz na letra a épica frase: “Eu vou tomar banho de rio/ Eu vou pescar e comer piranha/ Eu vou tomar banho de rio/ Eu quero ver você...”. Percebam que a letra faz uma clara alusão a uma mulher, que segundo eles é uma piranha, no popular uma mulher ordinária.



É claro que as mulheres e todos os seres humanos devem ser respeitados. No entanto, é preciso definir prioridades e realizar ações que, de fato, contribuam para a mudança de mentalidade de certas pessoas que se acham melhores que outras, não só por conta das genitálias que possuem, mas também pelo status social, credo, raça, opção sexual etc.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Estação da caca: Lapa permanece em situação degradante

Por conta de um evento para o qual fui designada a ir pelo trabalho, tive que pegar ônibus na Estação da Lapa neste início de semana. O que vi me deixou extremamente horrorizada: chão úmido e sujo; escadas com cocô humano coberto por areia; lixo por todo o canto; e um ambiente tão sinistro, mas tão sinistro, que poderia servir como cenário de filme de terror.

Essa situação degradante pode ser vista nos pavimentos que ficam acima do solo, entretanto, o nível subterrâneo consegue ser ainda pior. Eu nunca tive que pegar o transporte coletivo no subsolo da estação, mas descobri que o ônibus que passa pela rua em que resido resgata os passageiros neste nível do terminal. A cada passo que eu dava, o odor fétido ia inundando minhas narinas e a crescente escuridão me dava a sensação de estar num porão de um navio negreiro.

É triste observar que um equipamento tão cheio de história e tão importante para a população soteropolitana está, literalmente, sitiado. Aquilo lá não tem o gostinho de ser, verdadeiramente, ADMINISTRADO há muito tempo! Como diria o criativo Zeca Baleiro, a Estação da Lapa está como um " barco sem porto, sem rumo, sem vela, cavalo sem sela" e a situação, infelizmente, tende a piorar.

Estamos, praticamente, no final da gestão do prefeito paspalho João Henrique e não será agora que ele irá realizar qualquer mudança. Muito pelo contrário. A prefeitura é tão consciente da sua incapacidade para gerir, que anunciou, em setembro deste ano, que Elevador Lacerda, Estação da Lapa e planos inclinados Gonçalves, Pilar e Liberdade/Calçada deverão ser privatizados. A justificativa dada pelo secretário municipal de Transportes é a de que é preciso melhorar a qualidade de atendimento para que se possa praticar um preço justo e, assim, a população tenha condições de pagar e os custos operacionais sejam cobertos, para que Salvador tenha os equipamentos, em questão, adequados.

Os impostos que pagamos servem para quê mesmo? Ah... Lembrei! Para colocar no bolso desses incompetentes, enquanto temos que circular pela cidade utilizando estruturas no mínimo inadequadas, sentindo cheiro de mijo e esgoto.

Fazer o quê, cidadão?


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Crime em duas rodas - onda de assaltos cometidos por motoqueiros vira tsunami

A criminalidade, não só em Salvador, como no Brasil inteiro, está tomando proporções tão gigantescas, que a Segurança Pública está tendo que treinar agentes no combate a diferentes modalidades de crime. Na Bahia, por exemplo, a Polícia Civil decidiu criar uma unidade especial de motociclistas. O intuito é enfrentar os criminosos que utilizam motocicletas para realizar assaltos e até latrocínios - roubos seguido de assassinato - e que tem maior poder de fuga.

Informações da coluna Tempo Presente, do jornal A Tarde desta terça-feira (06/11), dão conta de que uma equipe, formada por 17 policiais civis, está sendo treinada para enfrentar este tipo de crime no Esquadrão Águia, da Polícia Militar (PM).

Em São Paulo, a preocupação é ainda mais aguda. Recentemente, no dia 23 de novembro, foi aprovado pela assembleia estadual um projeto de lei que determina a proibição de garupas em motos no estado. A medida, caso seja sancionada pelo governador Geraldo Alckmin, impedirá a circulação dos pilotos e seus caronas nos dias úteis (segunda a sexta-feira).

O objetivo deste projeto de lei é conferir mais segurança aos próprios motociclistas (dados da Companhia de Engenharia de Tráfego apontam que o número de condutores e caronas das motos vitimados, fatalmente, em acidentes de trânsito aumentou 11,7% em 2010). Outra justificativa para a proibição das garupas é diminuir a quantidade de assaltos em que duas pessoas em uma motocicleta atacam motoristas parados no trânsito ou clientes que saem de agências bancárias. Conforme o projeto cita, a porcentagem de motoqueiros envolvida em crimes contra o patrimônio chega a 61,5%.

Não se pode deixar de notar que, no caso de São Paulo, a medida é enérgica - minha opinião - e deverá prejudicar inúmeros inocentes que ficarão impossibilitados de levar filhos, maridos, esposas, namoradas, colegas ou o que mais lhes aprouver para dar um passeio, ao trabalho, ver um filme... Me parece que a solução criada pela polícia baiana, desde que dê resultados, é mais eficaz e agride menos a sociedade.

É triste perceber que o nosso livre-arbítrio está sendo bloqueado pelas ações de mal-feitores que, além de nos roubar, matar, sequestrar e sabe-se lá mais o quê, obrigam as autoridades a investirem dinheiro de impostos, que poderiam ser injetados em saúde e em educação, na luta cruel contra o crime.

Oremos!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Comer na rua ou não comer? Eis a questão

Quando eu digo que comer na rua é uma aventura, independentemente do local em que se está, ninguém acredita. O que é mais arriscado? Comer um cachorro-quente no carrinho da Lapa ou comer um roast beef na churrascaria Boi Preto? Sinceramente, não sei a resposta.

A prova de que boa localização e preço alto não são garantias de limpeza e qualidade foi constatada nesta quinta-feira (24/11), durante a operação da Coordenadoria de Defesa do Consumidor (Codecon) que vistoriou inúmeros estabelecimentos de Salvador. No total, 13 negócios, a maioria instalada em áreas nobres, foram autuados por inúmeros problemas: acondicionamento de alimentos, falta de higiene e de refrigeração no local onde os produtos são armazenados, além de placa que indica a proibição de fumo fora dos padrões indicados pela lei municipal.

Falar do tema sem dar nome aos bois é uma temeridade. Sendo assim, lá vai: o Grande Hotel da Barra sofreu sanções por ausência de higiene no material de manipulação de alimentos. A Delicatessen Santa Maria, em Brotas, recebeu notificação por armazenar três refrigerantes com prazo de validade vencido e também por mau acondicionamento dos produtos.

Até a lanchonete Subway entrou no bolo, junto com o Bohemia Pilsen Bar e o restaurante Tony's, todos na Barra, o restaurante Mistura Fina, em Itapuã, e o restaurante Boi Preto, na Boca do Rio, não tinham placas de proibição de fumo. O Bohemia Pilsen Bar se destacou, também, por ter produtos com datas de validade vencidas. Os agentes ainda encontraram peixe cru no chão do restaurante Ki-Mukeka, em Armação. Também por má conservação dos alimentos, foram notificados o Caranga Bar e Restaurante e a churrascaria Tchê Picanha, ambos na Pituba. Ainda de acordo com o órgão, a precariedade na higiene da manipulação dos alimentos e validade vencida de produtos resultaram em autuação para a Cantina Montanari, na Boca do Rio. Não esqueçamos que filmaram um rato morto na cozinha do Mc´Donalds do Hiperposto (Av. ACM), na semana passada.

Todos os estabelecimentos comerciais foram multados pela coordenadoria em aproximadamente R$ 8,9 mil e têm 10 dias para apresentar defesa.

Fala sério! A maioria destes estabelecimentos já foi visitada por mim um dia e eu acredito que por você também, que lê este post agora. Infelizmente o ser humano, principalmente o baiano, é dado a este tipo de prática. A falta de higiene e atenção, atrelada à vontade de se dar bem a qualquer custo fazem com que nada 'ande' no rumo certo aqui em Salvador. Vai ver que o churrasquinho do 'tio', na Estação de Transbordo, e do hot-dog do 'coroa', no Terreiro de Jesus, sejam mais limpos que esses locais citados acima.

Antes de sair para consumir bebidas e comidas fora de casa, dê uma rezadinha. Se não é pelos homens, tenta por Deus.


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Artistas apoiam movimento contra a construção da Usina de Belo Monte. Vamos aderir?


Essa semana, um dos assuntos mais comentados nas mídias sociais foi, sem dúvida, a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. O assunto ganhou destaque porque foi divulgado na rede, na última terça-feira (15/11), um vídeo de protesto gravado por atores famosos do Brasil, a exemplo de Juliana Paes, Cissa Guimarães, Marcos Palmeira e Sérgio Marone, este último produtor do material, intitulado “É a Gota D´Agua + 10”.

O objetivo dos artistas é alertar a população e incentivar os internautas a assinar uma petição a ser enviada à presidente Dilma Rousseff pelo fim da obra da usina. A construção do megaequipamento irá custar aos cofres públicos, sendo que boa parte do montante é oriunda de impostos, R$30 bilhões.

A grande repercussão do vídeo causou, inclusive, a queda do servidor onde está hospedado o baixo-assinado que recebeu mais de 16 mil assinaturas, registradas em menos de 24 horas. Parece que os questionamentos feitos pelos artistas surtiram efeito e os espectadores do vídeo, neste caso os internautas, sentiram-se cutucados e estão dispostos a protestar. Veja, abaixo, algumas das dúvidas e informações levantadas pelos atores.

- Sergio Marone pergunta: "Do que adianta construir a terceira maior hidrelétrica do mundo se ela só vai produzir um terço de sua capacidade"?

- Eriberto Leão alega: "A Usina vai inundar, alagar, destruir 640 km² da floresta amazônica"

- Cláudia Ohana ironiza: "Quem se importa se os índios não vão ter onde morar"?

Vale salientar que o protesto não parte, apenas, dos famosos. Na realidade, Belo Monte conta com inúmeras liminares que determinam a paralisação da construção. Ativistas e índios moradores de Altamira, no Pará, protestam contra a obra, por acreditarem que a mesma trará prejuízos às populações ribeirinhas.

E eles estão certos. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente fez um relatório de impacto ambiental que apresenta uma lista com mais de 32 danos que as obras podem causar. Destacam-se, entre eles, as alterações nas condições de acesso pelo Rio Xingu das comunidades Indígenas à Altamira, causadas pelas obras no Sítio Pimental; alteração da qualidade da água do Rio Xingu próximo ao Sítio Pimental e perda de fonte de renda e sustento para as populações indígenas;inundação permanente dos abrigos da Gravura e Assurini e danos ao patrimônio arqueológico, causada pela formação dos reservatórios; além da perda de vegetação e de ambientes naturais com mudanças na fauna, causada pela instalação da infra-estrutura de apoio e obras principais.

Ao que parece, a construção dessa usina não vai trazer nada de positivo para o Brasil. Muito pelo contrário. A usina de Itaipú, já dá conta do abastecimento de energia para todo o território brasileiro, com uma potência de geração de 14.000 MW. Acho que está na hora de retomar o espírito de protesto, há muito perdido pelos brasileiros, e não deixarmos que esta obra megalomaníaca acabe com um dos mais importantes tesouros do nosso Brasil.

Entrem no site www.movimentogotadagua.com.br, assinem a petição e compartilhem essa ideia com o maior número de pessoas possível. Vamos mostrar aos nossos governantes que podemos influenciar e lutar por um futuro melhor para o nosso Brasil.


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O rio virou sertão e Salvador virou um rio

Nesta semana, os usuários das mídias sociais deram mostra da enorme criatividade fazendo brincadeiras sobre o temporal que caiu na capital baiana. Montagens com jet ski e ferryboats à parte, o caso é seríssimo. As principais vias da cidade viraram, literalmente, rios e a população ficou à deriva, com medo de sair de casa, privando-se do simples direito de ir e vir.

Em 48 horas, o volume de chuva em Salvador ultrapassou a média prevista para todo o mês de novembro, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Por mais que esta não seja a época das chuvas na capital, a Prefeitura deveria estar dotada de um plano de ação para esse tipo de emergência. Mais do que isso. A cidade não deveria padecer tanto por causa do fenômeno climático.

Todos sabemos que somos órfãos de uma boa infraestrutura, de um ótimo serviço de limpeza, de uma excelente condição de mobilidade e de uma eficiente segurança. No entanto, saber que estamos à mercê de grandes tragédias por qualquer chuvinha é desolador.

A administração atual está nos dando uma aula de como não cuidar de uma cidade. O 'incrível' João Henrique parece ter desistido de manter uma boa imagem e já não dá, sequer, satisfação sobre a sua incompetência. Espero que ano que vem, estejamos alertas e não votemos em um banana só porque ele prometerá fazer umas obrinhas aqui e acolá. Vamos conhecer os candidatos a fundo e no futuro, caso o escolhido não dê conta do recado, vamos dizer isso a ele, em alto e bom tom, para que o indivíduo perceba que aqui não tem otário.

Avante, Salvador! A união faz a força!
Tenho dito!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Deixo a vida me levar, mas os protestos não deixam

Ao manter meu rotineiro costume de ouvir o rádio pela manhã, me deparei com mais uma notícia sobre manifestações que cerceiam o direito do cidadão de ir e vir. Não bastando apenas uma, a notícia dava conta de que, no momento, duas manifestações aconteciam.

A primeira delas na BA-528, depois do viaduto de Paripe, sentido Base Naval, e a segunda na BA-093, no Km1, na altura do posto de combustíveis Paraqui, no sentido Simões Filho. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual o protesto é para exigir melhorias na região. Salvador não ficou de fora e o palco do 'rebuliço' foi a Avenida General San Martin, na qual os manifestantes queimaram objetos, não deixando claro o motivo do protesto.

Eu gostaria de saber o que os condutores e usuários da via têm a ver com a reivindicação dessas pessoas. Quer melhorias na região? Vá protestar em frente à Prefeitura ou mesmo em frente à casa do prefeito!

O Manual do Cidadão diz que todos têm o direito "de ir e vir em todo Brasil, em tempo de paz. Se não houver ordem de um juiz ou se você não está em flagrante delito, qualquer impedimento à sua liberdade de locomoção é ilegal. A nossa Constituição prevê o Hábeas Corpus para proteger seu direito de locomoção. Qualquer pessoa pode procurar um juiz quando este direito não for respeitado".

Ou seja, quem faz estas manifestações aleatórias, em qualquer local, sem se preocupar se está prejudicando a população, comete um crime. O Estado, responsável pelas ações das polícias Civil e Militar, tem que ser mais enérgico em relação a isso. Parece que a solução para todos os problemas é manifestar. Eu não tenho nada contra fazer um protesto, desde que ele seja organizado e que incomode os que estão causando o problema e não quem não tenha, absolutamente, nada a ver com isso.

Tenho dito!

*Com informações da Rádio Metrópole

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Efeito dominó: Orlando Silva será a próxima pedra a cair?

Numa época em que o esporte brasileiro brilha nos jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011, ganhando várias medalhas, inclusive de ouro, estoura o escândalo que, supostamente, envolve o ministro dos Esportes, Orlando Silva, em um esquema de desvio de dinheiro público e propina.

Silva, de acordo com denúncia feita pela revista Veja deste sábado (15/10), recebeu a propina na garagem do ministério dos Esportes, em Brasília. O esquema, em que estaria envolvido o ministro, pode ter desviado mais de R$40 milhões nos últimos oito anos. A fraude, segundo a denúncia, foi organizada pelo PCdoB e usava ONGs como fachada para desviar dinheiro público.

A acusação foi feita pelo policial militar João Dias Ferreira, que também estaria envolvido no esquema e está preso desde o ano passado. "As ONGs só recebiam os recursos mediante o pagamento de uma taxa previamente negociada que podia chegar a 20% do valor dos convênios. O partido indicava desde os fornecedores até pessoas encarregadas de arrumar notas fiscais frias para justificar despesas fictícias", entrega Ferreira.

Culpado ou não, o suposto envolvimento de Orlando Silva neste esquema mancha, mais uma vez, a reputação da classe política brasileira e desestrutura a imagem já cambaleante do governo feito pela presidente Dilma Roussef. A culpa não é, propriamente, da presidente. Muitas das indicações foram impostas pela 'obesa' base aliada, mas não se pode negar que a imagem mais manchada é a da comandante-mor e do próprio país.

Em oito meses, Antônio Palocci, Alfredo Nascimento, Luiz Sérgio, Nelson Jobim e Wagner, respectivamente, representantes das pastas da Casa Civil, Transportes, Relações Institucionais, Agricultura e Turismo 'caíram' e, agora, integram a 'faxina' nos Ministérios.

Nesta segunda-feira (17/10), o líder do PSDB, senador Álvaro Dias, entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República pedindo a instauração de inquérito e a investigação do suposto envolvimento de Orlando Silva no esquema de desvio de dinheiro público e recebimento de propina.

Neste dominó ministerial, formado por 36 pedras, já sucumbiram cinco. Quantas quedas mais teremos que assistir para nos mobilizar e tomar uma atitude? O pior de tudo é que os ministros são escolhidos e não votados. Assim, não dá nem para colocar a culpa nos brasileiros que elegeram Tiriricas, Romários ou Bebetos.

*Com informações da revista Veja

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Paixão de cinema: Bahia, Minha Vida



Impressionante como a torcida do Bahia é apaixonada pelo time. Além dos feitos históricos de participação nos estádios, a torcida, com o grito de guerra 'Bora Bahêa minha porra', tem lotado os cinemas soteropolitanos para assistir ao documentário Bahia, Minha Vida, ultrapassando as médias de público alcançadas por filmes de sucesso internacionais. O longa traz depoimentos dos apaixonados torcedores e relembra momentos históricos do time baiano.

Os dados são impressionantes: 16.649 pagantes nas 13 salas em que foi exibido, totalizando uma média de 1.281 espectadores. A marca supera tramas como Amizade Colorida (958), filme com o astro Justin Timberlake e a revelação Mila Kunis, Sem Saída (539), que é protagonizado por Taylor Lautner, e a sequência de terror, Premonição 5 (509).

Fundado em 1931, o time baiano já venceu o campeonato brasileiro duas vezes (1959 e 1988), mas, há pelo menos 10 anos, vem amargando resultados pouco expressivos. Quem pensa que por causa disso a torcida deixou de frenquentar os estádios e se desmotivou com a atuação do Tricolor de Aço está redondamente enganado. Mesmo estando na 3ª divisão, os torcedores reuniam-se nos estádios para ver os jogos e conseguiam manter o nível de público do time lá no alto.

Além dos seguidos insucessos do Bahia, os fanáticos tricolores tiveram que superar uma grande tragédia: em 2007, sete torcedores despencaram da arquibancada da Fonte Nova, durante a partida que garantiu o acesso do time à Série B, e morreram na hora. Desde então, a antiga Fonte Nova não sediou jogos do time e acabou por ser implodida em agosto do ano passado. Atualmente, está sendo construída no local a Arena Fonte Nova, que irá receber jogos da Copa de 2014.

Com o Bahia de volta à Série A neste ano, os torcedores continuam lotando estádios e acompanhando com fervor o desempenho da equipe tricolor. É preciso que os dirigentes do time honrem o amor da torcida e invistam, de fato, no sucesso permanente do time, levando a sério os mínimos detalhes do cotidiano, desde equipamentos, treinos, salários, ao respeito para com os jogadores e equipe técnica.

A devoção dos tricolores, que já levou o prêmio de Torcida de Ouro, dado pela Confederação Brasileira de Futebol, não pode ser marginalizada. O amor dos tricolores é declarado todos os dias, seja em campos e estádios, seja em poltronas de cinema.

Respeito é bom e o torcedor do Bahia gosta!

* Não sou torcedora do time baiano, mas respeito profundamente o amor que a torcida apaixonada dispensa à equipe. Sem mais: BORA BAHÊA MINHA PORRA!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Rafinha Bastos: o autossabotador


O sucesso meteórico atingido pelos jornalistas/humoristas do 'Custe o que Custar', nacionalmente conhecido como CQC, é, na atual conjuntura da televisão brasileira, algo surpreendente. O programa, transmitido semanalmente pela Rede Bandeirantes, acompanha o cotidiano do Brasil, com destaque para a política e o esporte, de forma irreverente e ácida.

Nesta semana, um de seus apresentadores, Rafinha Bastos, foi afastado pela diretoria da Band, por contar piadas, a meu ver de péssimo gosto, que causaram desconforto para muita gente. A gota d´água foi Rafinha afirmar que a cantora Wanessa (filha do Zezé), que está grávida do empresário Marcos Buaiz, estava tão gostosa que ele "comeria ela e o bebê". O afastamento do rapaz tem causado um grande burburinho na mídia nacional.

Essa não foi a primeira piada infame do humorista. À época do suicídio da atriz Leila Lopes, ocorrido em dezembro de 2009, Rafinha fez os seguintes comentários no twitter: "Não condenem o suicídio. Pense: se você fosse a Leila Lopes, o que você faria?” e "A todos os que se ofenderam com o que eu disse da Leila Lopes: a vida é ótima e suicida tem mais é que se f*".

A segunda polêmica em que se envolveu o jornalista, que, diga-se de passagem, foi eleito como administrador do Twitter mais influente do mundo pelo The New York Times, foi causada por uma desastrosa piada: "mulher que reclama que foi estuprada é feia, e o homem que cometeu o ato merece um abraço, e não cadeia".

Qualquer pessoa que tenha bom senso percebe que o humorista passa dos limites. Piadas podem ser ácidas, rudes, de humor negro, mas o respeito ao ser humano deve ser, acima de tudo, levado a sério. Em tempos em que a violência extrema se abate e espalha pelo país, pessoas influentes devem, pelo menos, ficar caladas e não incitar, ainda mais, a prática criminosa, seja ela qual for.

Parece que o sucesso subiu à cabeça do comediante, que perdeu as medidas e acabou errando na receita do humor. Rafinha Bastos, na verdade, é um incrível autossabotador e eu espero, de verdade, que essa criatura nem volte ao programa. Seria uma excelente lição para quem acha que pode falar o que quer, sem que haja consequências. Responsabilidade e respeito ao próximo devem ser condutas adotadas por todos aqueles que, de alguma forma, podem influenciar terceiros.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Certo ou errado: Hope encara acusação de desrespeito às mulheres




Apesar do avanço da tecnologia e da ciência e da distância de tempos em que as mulheres não possuíam direitos como o de votar, ainda é possível perceber, no Brasil, uma grande retrogradação de uma boa parcela da população.

Por incrível que pareça, nesta semana, quem deu sinais de provincianismo e tacanhez foi ninguém menos do que a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), a senhora Iriny Lopes, que enviou um ofício para a Hope e uma representação ao Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar) para que uma propaganda fosse suspensa.

A peça publicitária em questão é da marca de lingerie 'Hope' e traz uma das mais famosas e importantes modelos do mundo, a brasileira Gisele Bündchen. Na campanha, a top model faz o papel da esposa que bate o carro e dá a notícia ao marido de duas formas: com roupas (que a Hope considera errada) e somente com peças íntimas (que a empresa diz ser a correta). O conceito humorístico e sensual, a meu ver, apenas ilustra uma situação que pode ser, muito bem, passível de ocorrer e que pode ser encarada, também, como uma simples brincadeira.

Apesar de a ação da SPM ter sido motivada por denúncias de seis brasileiros, a ministra, na minha opinião, jamais poderia ter levado o caso à frente. O órgão federal alega que o comercial da Hope estaria infringindo os artigos 1° e 5° da Constituição Federal que tratam da dignidade da pessoa humana e da igualdade perante a lei, respectivamente.

Se mostrar que com charme pode-se conseguir certas coisas e que a relação entre marido e mulher é cheia de subliminaridade é ferir os direitos, então a Hope é culpada. No entanto, a empresa não faz qualquer alusão ao desrespeito, às diferenças ou mesmo ao sexismo. Seria interessante que os nossos representantes tivessem a "mente aberta" e não fossem tão conservadores. Preocupações mais importantes como a falta de condições de educação e saúde, a corrupção e o progresso do país deveriam ser mais importantes do que a reclamação de seis brasileiros, dentre os mais de 190 milhões existentes, contra uma simples demonstração de criatividade.

Cresçam e apareçam!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Na merda sem o Lacerda



Um dos mais vistosos cartões postais de Salvador e a mais importante ligação entre as cidades Alta e Baixa da capital baiana, o Elevador Lacerda está fechado há cerca de um mês, causando muito transtorno na vida dos usuários do equipamento.

Apesar de a Prefeitura Municipal de Salvador (PMS) disponibilizar ônibus gratuitos para fazer a ligação entre os bairros, o fechamento do Elevador Lacerda altera o cotidiano de uma das mais significativas regiões da nossa cidade.

Inaugurado em 1873, o Lacerda é um símbolo do turismo soteropolitano e seu fechamento, a meu ver, é uma das mais vergonhosas situações causadas pela ridícula administração do Excelentíssimo Senhor João Henrique Carneiro, autal prefeito da 1ª capital do país. Panes elétricas e falta de manutenção fizeram com que as quatro cabines do equipamento fossem fechadas para, de acordo com a PMS, preservar a integridade dos usuários.

As rédeas fugiram tanto às mãos da Prefeitura, que o Elevador, desde sempre administrado pelos prefeitos de Salvador, será privatizado. Tudo indica que a tarifa, que à epoca do fechamento custava R$0,15, passará a ser R$0,50. Parece um valor irrisório, mas deve pesar, e muito, no bolso dos assalariados que precisam usar o meio de tranporte todos os dias. O gasto mensal salta de R$4,50 para R$15. Como eu disse, parece pouco. Entretanto, para quem tem que escolher se compra carne ou feijão, é muita coisa: um aumento superior a 200%.

SEM LIGAÇÃO

Para piorar as coisas, o Plano Inclinado Gonçalves, que liga o bairro do Comércio à Praça da Sé, está fechado há, aproximadamente, 8 meses. O cidadão, que não pode esperar o rodízio dos ônibus disponibilizados pela PMS, tem que subir a ladeira do Taboão para chegar ao Pelourinho e ou Santo Antônio que, diga-se de passagem, já não conta com um plano inclinado há tempos.

Pelo visto, a solução para Salvador é privatizar tudo. Privatizem a Orla. Privatizem o controle de trânsito. Privatizem a Segurança Pública. Oh, Deus! Aonde iremos parar?

E ainda tem gente que acha que a Copa 2014 será um sucesso em Salvador. Santa Ignorância!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

174 motivos para se tornar um criminoso



O filme 'Última Parada 174', exibido neste domingo (04/08) à noite na tv aberta, é um tiro no coração da sociedade brasileira. É a constatação de que somos nós, do alto do nosso comodismo, e os políticos que elegemos, que nada fazem em prol da melhoria da realidade social do país, os responsáveis pela produção em massa de Sandros em todo o território brasileiro.

O sequestro do ônibus 174, no bairro do Jardim Botânico no Rio de Janeiro, comoveu toda a mídia nacional e a população, que não desgrudou da tv para assistir o desenrolar do episódio. O incidente, que ocorreu no dia 12 de junho de 2000, durou cerca de 5 horas e resultou na morte de uma refém e do sequestrador, naquele momento conhecido, apenas, por Sandro.

Seria óbvio pensar que a refém foi morta pelo 'bandido' e que o rapaz morrera durante a operação. Ledo Engano. A jovem foi atingida por um policial 'cego', que errou um tiro a 1m de distância e acertou o queixo da professora. Assustado, Sandro alvejou a jovem com mais 3 tiros nas costas. Colocado no camburão, Sandro foi morto por asfixia. Um ano depois, os policias foram julgados por assassinato e declarados inocentes.

O que ninguém sabia, e que depois viria a sensibilizar uma parcela da sociedade - o que resultou na produção do documentário 'Ônibus 174' e no longa citado no início deste post - é que Sandro Barbosa do Nascimento estava fadado a este destino. Desde novo, a vida lhe tirou a chance de ser
feliz, transformando-o em um menino instável, viciado em drogas.

Muito novo, o jovem presenciou a morte da mãe, morta a facadas. Anos depois, em 1993, morando na rua, foi um dos sobreviventes da chacina da Candelária, que vitimou 8 moradores de rua.

O episódio deveria ter feito a massa política do país criar vergonha na cara e desenvolver estratégias para que não surgissem novos Sandros, mas o que a gente vê por aí é uma profusão de Sandros, Josés, Antônios, Márcios, Joãos, que têm a infância ceifada pela extrema pobreza e violência imposta por uma sociedade extremamente consumista, capitalista, racista e, acima de tudo, egoísta.

Uma observação: em novembro de 2001, a linha 174 mudou de número para 158.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Não sobe, nem desce


O Plano Inclinado Gonçalves, construído em 1874, e amplamente utilizado pela população soteropolitana, desde então, está fechado há, pelo menos, três meses. Com capacidade para cerca de 36 passageiros, o Plano faz a ligação entre a cidade alta (Praça da Sé) e a cidade baixa (Comércio).

Os usuários do transporte vertical, e eu posso me citar como exemplo, vêm enfrentando dificuldades na hora de fazer a ligação entre os bairros. Além de não poder contar com o Gonçalves, ainda temos que nos contentar com o péssimo funcionamento e lotação ofertados pelo Elevador Lacerda. No horário de almoço, as filas do elevador chegam a Rua Chile, e o usuário, que desembolsa R$0,15 todos os dias, tem que penar sob o sol e a chuva.

A Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), autarquia da Prefeitura Municipal (PMS), informa que o Plano Inclinado Gonçalves não tem problema técnico e os equipamentos são ligados todos os dias, mas faltam funcionários para operar, uma vez que a empresa terceirizada não está repassando o salário para eles.

Absurdo total! Onde nós vamos parar? Salvador está se tornando uma cidade que dá nojo de morar. Ruas sujas, transporte péssimo, metrô-fantasma, praias horrorosas, aeroporto defasado. Se o Governo do Estado não intervir, urgentemente, não reuniremos as condições necessárias para sediar jogos da Copa 2014. E o mais importante: nós viveremos em uma das capitais mais atrasadas e infernais de todo o país.

Renata Preza
Jornalista



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Empresa de ônibus desrespeita estatuto do idoso



Normalmente meu percurso diário inclui o trecho Vila Laura - Pelourinho, contudo, por causa de compromissos tive que ir à Federação, bem cedinho. Após resolver (quase) todos os pepinos, fui ao ponto com o intuito de pegar o primeiro ônibus que levasse à Praça da Sé.

Após esperar cerca de 5 minutos, passou o microônibus da empresa BTU, com ar-condicionado, cuja tarifa é de R$ 3. Ao passarmos pela Piedade, o motorista foi forçado a parar pois um dos passageiros 'pediu o ponto'. Assim que o sujeito parou, uma senhora, muito educadamente, perguntou: "Tem assento neste transporte para mim?", ao passo que o motorista se limitou a negar sacudindo a cabeça.

Aquilo me deixou desconfiada. Seria possível a lei permitir que determinados ônibus não sejam obrigados a transportar idosos acima de 60 anos? Fui esclarecer o problema pesquisando o Estatuto do Idoso, aprovado em setembro de 2003 e sancionado pelo presidente da República no mês seguinte, ampliando os direitos dos cidadãos da 'melhor idade'.

Rege o Estatuto que:

  • Os maiores de 65 anos têm direito ao transporte coletivo público gratuito. Antes do estatuto, apenas algumas cidades garantiam esse benefício aos idosos. A carteira de identidade é o comprovante exigido.
  • Nos veículos de transporte coletivo é obrigatória a reserva de 10% dos assentos para os idosos, com aviso legível.
  • Nos transportes coletivos interestaduais, o estatuto garante a reserva de duas vagas gratuitas em cada veículo para idosos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos. Se o número de idosos exceder o previsto, eles devem ter 50% de desconto no valor da passagem, considerando-se sua renda.
Que eu saiba, o ônibus em questão se encaixa no segundo item que mencionei. Porque será então que aquele veículo não reserva 10% de seus assentis para os idosos? Seria porque o transporte é dotado de ar-condicionado e a pobre senhora ficaria resfriada se entrasse ali? Ou seria porque o motorista estava com medo de a entrada da senhora ficar registrada como um passageiro qualquer e após a conferência ele ter que dar conta dos R$ 3 da tarifa? Seja lá como for, não é possível que em pleno século XXI ainda tenhamos que nos deparar com cenas lamentáveis como essas, em que somos testemunhas de tamanho desrespeito.

Queridos órgãos reguladores, favor inspecionar seriamente a frota de coletivos que circula pela cidade de São Salvador.