quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Artistas apoiam movimento contra a construção da Usina de Belo Monte. Vamos aderir?


Essa semana, um dos assuntos mais comentados nas mídias sociais foi, sem dúvida, a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. O assunto ganhou destaque porque foi divulgado na rede, na última terça-feira (15/11), um vídeo de protesto gravado por atores famosos do Brasil, a exemplo de Juliana Paes, Cissa Guimarães, Marcos Palmeira e Sérgio Marone, este último produtor do material, intitulado “É a Gota D´Agua + 10”.

O objetivo dos artistas é alertar a população e incentivar os internautas a assinar uma petição a ser enviada à presidente Dilma Rousseff pelo fim da obra da usina. A construção do megaequipamento irá custar aos cofres públicos, sendo que boa parte do montante é oriunda de impostos, R$30 bilhões.

A grande repercussão do vídeo causou, inclusive, a queda do servidor onde está hospedado o baixo-assinado que recebeu mais de 16 mil assinaturas, registradas em menos de 24 horas. Parece que os questionamentos feitos pelos artistas surtiram efeito e os espectadores do vídeo, neste caso os internautas, sentiram-se cutucados e estão dispostos a protestar. Veja, abaixo, algumas das dúvidas e informações levantadas pelos atores.

- Sergio Marone pergunta: "Do que adianta construir a terceira maior hidrelétrica do mundo se ela só vai produzir um terço de sua capacidade"?

- Eriberto Leão alega: "A Usina vai inundar, alagar, destruir 640 km² da floresta amazônica"

- Cláudia Ohana ironiza: "Quem se importa se os índios não vão ter onde morar"?

Vale salientar que o protesto não parte, apenas, dos famosos. Na realidade, Belo Monte conta com inúmeras liminares que determinam a paralisação da construção. Ativistas e índios moradores de Altamira, no Pará, protestam contra a obra, por acreditarem que a mesma trará prejuízos às populações ribeirinhas.

E eles estão certos. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente fez um relatório de impacto ambiental que apresenta uma lista com mais de 32 danos que as obras podem causar. Destacam-se, entre eles, as alterações nas condições de acesso pelo Rio Xingu das comunidades Indígenas à Altamira, causadas pelas obras no Sítio Pimental; alteração da qualidade da água do Rio Xingu próximo ao Sítio Pimental e perda de fonte de renda e sustento para as populações indígenas;inundação permanente dos abrigos da Gravura e Assurini e danos ao patrimônio arqueológico, causada pela formação dos reservatórios; além da perda de vegetação e de ambientes naturais com mudanças na fauna, causada pela instalação da infra-estrutura de apoio e obras principais.

Ao que parece, a construção dessa usina não vai trazer nada de positivo para o Brasil. Muito pelo contrário. A usina de Itaipú, já dá conta do abastecimento de energia para todo o território brasileiro, com uma potência de geração de 14.000 MW. Acho que está na hora de retomar o espírito de protesto, há muito perdido pelos brasileiros, e não deixarmos que esta obra megalomaníaca acabe com um dos mais importantes tesouros do nosso Brasil.

Entrem no site www.movimentogotadagua.com.br, assinem a petição e compartilhem essa ideia com o maior número de pessoas possível. Vamos mostrar aos nossos governantes que podemos influenciar e lutar por um futuro melhor para o nosso Brasil.


2 comentários:

Carlos Prates disse...

Muito bom texto, senhora Renata Preza.
Segue minha humilde opinião: Em obras de grandes proporções existem sim riscos de degradação ambiental e social, mas daí a achar que ela é desnecessária para o desenvolvimento econômico do país é outra história. Sempre que surge uma obra de grandes proporções, aparecem as entidades ambientais e órgãos privados na tentativa de dificultar a execução, assim está acontecendo com a Ferrovia Oeste Leste na Bahia. Não que os ambientalistas estejam errado, mas é preciso apurar a fundo cada palavra que eles dizem. A sociedade tem como costume tomar por verdade tudo o que os ambientalistas saem disparando por aí. Com relação aos órgãos privados, cada um tem seus respectivos interesses, sejam porque possuem terrenos na região ou qualquer outro motivo. Protesto semelhante foi encabeçado pela Globo contra a construção do Porto Sul em Ilhéus. Sucessivas vezes a família Marinho em seus diversos veículos de comunicação publicou matérias contra o Porto Sul. Motivo real: o senhor Roberto Marinho tem um valioso terreno (mansão) na região onde o Porto seria construído. O jogo de interesse foi tanto q eles acabaram conseguindo mudar o local de construção do Porto.
Não tenho dúvidas de que nesse protesto de Belo Monte tem interesses de donos da Globo por trás. Percebe-se que todos os participantes do vídeos são globais. A troco de que a Globo faria um vídeo com seu elenco contra a construção da Usina? Só porque se diz socialmente responsável e ficou 'preocupada' com os impactos ambientais da obra? Faça-me uma garapa! Os possíveis afetados estão preocupados é com a devastação que pode ocorrer no bolso deles com essa obra e usam os globais de fachada.

Até mais e parabéns pela criação do blog.

Na Ponta da Língua disse...

Carlinhos,

Posso estar sendo ingênua, mas acreditei, piamente, que o vídeo tenha sido uma iniciativa do ator Sérgio Marone e que os globais apoiaram por comungar das mesmas ideias que o ator. Marcos Palmeira e Letícia Sabatela são engajadíssimos, o que reforçou minha crença de que não há qualquer interesse no manifesto, além de barrar a construção de um equipamento, que vai alterar a vida de uma pequena, porém importante, parcela da população brasileira, além de alterar o ecossistema local. Me parece, de fato, desnecessária a construção de outra grande hidrelétrica, pois, me desculpe se é ignorância da minha parte, Itaipú dá conta de abastecer todo o Brasil. Não vemos apagões, blackouts ou coisa que os valha acontecendo a torto e a direita por aí. Vejamos no que essa iniciativa vai dar.

Obrigada, de coração, por empreender tempo comentando no meu blog. Comente sempre!

Te amo, amigo fofo!

Beijos