Nesta segunda-feira (23), dentro
do ônibus, a caminho do trabalho, fui surpreendida por um papel de bala que
bateu no meu rosto. Uma senhora, muito mal educada, por sinal, havia feito a
tentativa de se livrar da embalagem atirando-a pela janela. Eu reclamei em alto
e bom tom para que ela se tocasse para o que a falta de educação dela tinha
resultado e a senhora, meio a contragosto, pediu desculpas.
Isso me fez pensar em quantos residentes de Salvador têm
esse mau hábito. Infelizmente, por uma simples questão de observação, é
possível perceber que são muitos e quem mais sofre com isso é a cidade, que
fica incrivelmente suja; que ao menor volume de chuva fica alagada; que envergonha
os cidadãos com o mínimo de discernimento, enojando-os quando, simplesmente,
caminham pelas ruas. A questão do lixo é, antes de mais nada, uma questão de
educação. Pessoas educadas não jogam
lixo nas ruas. Eu, por exemplo, coloco embalagens de balas e chicletes dentro
da bolsa e só depois, quando chego em casa, livro-me dos papeizinhos.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), Salvador produz mais de 2 mil toneladas de dejetos por dia.
O expressivo número, somado ao fato de que menos de 10% desta quantidade é
reciclado, mostra uma triste realidade e nos deixa muito longe de uma solução.
A meu ver, a única saída é a
reeducação da população, atrelada a sanções que fizessem o cidadão porcalhão sentir no bolso o peso de
sujar, ainda mais, a cidade de Salvador. No Brasil, já há exemplos dessa
prática. A Câmara Municipal de Guarulhos, município da Grande São Paulo,
aprovou uma lei que prevê multa para as pessoas que jogarem lixo no chão da cidade.
As multas poderão ser aplicadas por agentes públicos não só em motoristas, mas
também em pedestres que descumprirem a regulamentação. Caso um pedestre seja
flagrado jogando lixo no chão, ele será obrigado a dar as informações
necessárias para a aplicação da multa, cujo valor previsto é de R$ 84. Se
houver recusa em passar os dados, a pessoa será levada para a delegacia. No
Distrito Federal há a mesma indicação de sanção para quem sujar as vias.
Pena que aqui em Salvador o
desmando manda e ações como essas dificilmente serão respeitadas, ou mesmo
propostas. João Henrique vai deixar o posto de prefeito (graças a Deus) e o
novo gestor terá pela frente inúmeros desafios e um deles, com certeza, será o
de transformar a cidade num local limpo e aprazível novamente.
3 comentários:
Terra sem lei e sem educação.
A cidade é suja, e isso é fato. Como se não bastasse a quase inexistência de um serviço público de limpeza nas ruas, o povo não ajuda. E a gente vai se conformando e se acostumando...como quase tudo por aqui.
Renata! Vc tá certa em sua indignação que é minha também. Em São Paulo, mais precisamente em Santos onde estou, a limpeza pública salta aos olhos. A cidade é muito bem cuidada, ónibus limpos e tal. Isso seria indicatitivo de um povo educado não é? De certa forma! Os santistas são polidos sim, educados eu questiono e me sinto muito a vontade em dizer isso por ser santista. Educação também se traduz num sorriso no rosto, principalmente numa cidade com vocação turística como a minha. Porém o que se vê são pessoas fechadas, mal-humoradas, antipáticas. Por essas e outras, prefiro minha cidade adotiva. Simpatia é algo que muitos lugares por ai deveriam aprender com os baianos. Nossa Salvador já melhorou bastante, o resto vem com o tempo.
Simpatia é, sim, muito importante, mas sem educação, eu acho que, sinceramente, ela não vale de nada!
Espero que Santos e Salvador melhorem onde precisam ser melhoradas.
Abraços Fábio e obrigada por comentar!
Obrigada, Cris, por comentar!
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