segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Proibição de propaganda sobre o Ateísmo - Intolerância e o preconceito à tona


Salvador é um lugar conhecido por suas belas paisagens, pelas suas extensas e paradisíacas praias, pelo axé que contagia e por sua diversidade e tolerância religiosa. Infelizmente, a capital baiana foi palco, nesta semana, de censura religiosa.

A Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) financiou uma campanha que seria veiculada em ônibus que circulam por Salvador. Nos busdoors seria possível ver mensagens de apoio ao ateísmo, contudo, a propaganda foi barrada pela empresa Fast Mídia, que havia sido contratada para o serviço.

A empresa afirmou que veicular tal propaganda feriria o Decreto 12.642/2000, que veta a colocação de qualquer meio ou exibição de anúncio que favoreça ou estimule ofensa ou discriminação racial, sexual, social ou religiosa.

Que absurdo é esse? Ando de ônibus, pelo menos, cinco vezes por semana e destas vezes, pelo menos em duas eu sou obrigada a ouvir crentes alienados e alucinados vociferando as mensagens da bíblia e obrigando os passageiros, que nem sempre estão dispostos a ouvir tais palavras, a engolir aquele blá-blá-blá todo.

Eu acredito em Deus e em Jesus Cristo e em alguns preceitos do Espiritismo . Não faço parte de igreja nenhuma. Contudo, respeito todo tipo de religião. A única coisa que eu não aceito, é esse devotos insanos que querem nos catequisar de todo os jeitos, sem respeitar a vontade alheia, servindo apenas aos próprios propósitos.

Estamos em pleno século XXI e temos que vivenciar atitudes ignorantes como essas, que ceifam o direito do cidadão de estar à parte de tudo. Podemos ver propagandas de mulheres seminuas. Podemos ver propagandas de bandas de pagode e axé com suas letras pouco ortodoxas. Podemos ver outdoors de políticos safados. Só não podemos ver uma manifestação justa de uma associação que representa e protege uma parte da sociedade, que notadamente, não é aceita por todos. O ciclo vicioso continua e a intolerância e o preconceito continuam à tona.

Além de Salvador, as peças também foram vetadas em São Paulo e Porto Alegre. A Atea vai recorrer na Justiça.

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