terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Dando bandeira nos Bandeirantes – Empreiteira desrespeita cidadãos

Em busca de hábitos mais saudáveis, resolvi voltar do trabalho caminhando todos os dias. O percurso que faço é relativamente longo: saio do Pelourinho em direção à Baixa dos Sapateiros; passo pela Estação Aquidabã; entro na Avenida Djalma Dutra; sigo pela Ladeira dos Bandeirantes; adentro no bairro Vila Laura, onde resido, e, após 40 minutos de ladeiras, buracos, buzinadas e até cantadas indesejadas, chego à minha casa.

Com os fones de ouvido, seja escutando uma das rádios locais, seja curtindo a batida das minhas músicas favoritas, esse trajeto se torna rápido e, mesmo com os percalços que citei acima, agradável. O que eu não poderia imaginar é que haveria um, ou melhor, vários obstáculos que tirariam a paz da minha caminhada nas últimas semanas.

Em função de um empreendimento imobiliário, batizado de Fórmula Residencial Brotas, cuja obra está sendo realizada há cerca de um ano, inúmeros caminhões-betoneira (veículos que fazem a mistura do concreto utilizado nas construções) ficam ocupando a via local - Ladeira dos Bandeirantes -, impedindo o tráfego regular de carros, motos, ônibus e até mesmo dos pedestres.

Nessa última semana, flagrei nada menos do que quatro destes veículos estacionados ao longo da área da construção. Fiquei sem saber se passava entre os muros e os caminhões, que liberavam excessiva fumaça preta, pois estavam em funcionamento, ou se passava pela rua, dividindo espaço com os imensos ônibus e com impacientes motociclistas.

Fiquei tão incomodada com aquilo que resolvi fotografar a cena para deixar registrado e fui à procura de dados da legislação municipal que me explicassem como era possível que um empreendimento privado interferisse tanto na vida da sociedade. Sei que se trata de algo de proporções minimizadas, mas ainda assim acho que os cidadãos, não importa quantos sejam, devem ser respeitados.

De acordo com o artigo 47 do Código de Obras de Salvador, toda construção deve, entre outras coisas, seguir os seguintes parâmetros: I - manter os trechos de logradouros adjacentes à obra permanentemente desobstruídos e limpos; III - evitar o ruído excessivo, principalmente nas vizinhanças de hospitais, escolas, asilos e estabelecimentos semelhantes, obedecidos os parâmetros fixados na Lei nº 2.455/73.

Posso estar enganada, mas creio que os parágrafos acima citados são desrespeitados pela empreiteira Consil, executora da obra, uma vez que, de maneira alguma, os logradouros estão desobstruídos. Muito pelo contrário, estão, como eu disse anteriormente, impedindo a circulação normal dos componentes do trânsito.

Entende-se que a cidade está num total estado de abandono e que é pedir demais, sendo a Prefeitura “comandada” pelo “competentíssimo” João Henrique, que haja uma fiscalização eficiente. Mas nós, cidadãos, temos que ter o direito de usar os artifícios que dispomos para tentar modificar ou, pelo menos, chamar a atenção para as coisas que não concordamos. Eu, como jornalista, utilizo esta ferramenta para denunciar esse tipo de coisa. Engraçado que o slogan do empreendimento é “A fórmula para você morar bem”. Deviam fazer uma frase de efeito mais completa: “A fórmula para você morar bem e atazanar a vida de quem não quer e nem vai morar lá”.

Alô, próximo prefeito! Eu sei que, como diria o nobre deputado Tiririca, “pior que tá não fica”, mas a população soteropolitana está mais consciente e nós estaremos de olho. #Ficaadica!

Um comentário:

Cris Felix disse...

Fumo neles, Rê!