segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Efeito dominó: Orlando Silva será a próxima pedra a cair?

Numa época em que o esporte brasileiro brilha nos jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011, ganhando várias medalhas, inclusive de ouro, estoura o escândalo que, supostamente, envolve o ministro dos Esportes, Orlando Silva, em um esquema de desvio de dinheiro público e propina.

Silva, de acordo com denúncia feita pela revista Veja deste sábado (15/10), recebeu a propina na garagem do ministério dos Esportes, em Brasília. O esquema, em que estaria envolvido o ministro, pode ter desviado mais de R$40 milhões nos últimos oito anos. A fraude, segundo a denúncia, foi organizada pelo PCdoB e usava ONGs como fachada para desviar dinheiro público.

A acusação foi feita pelo policial militar João Dias Ferreira, que também estaria envolvido no esquema e está preso desde o ano passado. "As ONGs só recebiam os recursos mediante o pagamento de uma taxa previamente negociada que podia chegar a 20% do valor dos convênios. O partido indicava desde os fornecedores até pessoas encarregadas de arrumar notas fiscais frias para justificar despesas fictícias", entrega Ferreira.

Culpado ou não, o suposto envolvimento de Orlando Silva neste esquema mancha, mais uma vez, a reputação da classe política brasileira e desestrutura a imagem já cambaleante do governo feito pela presidente Dilma Roussef. A culpa não é, propriamente, da presidente. Muitas das indicações foram impostas pela 'obesa' base aliada, mas não se pode negar que a imagem mais manchada é a da comandante-mor e do próprio país.

Em oito meses, Antônio Palocci, Alfredo Nascimento, Luiz Sérgio, Nelson Jobim e Wagner, respectivamente, representantes das pastas da Casa Civil, Transportes, Relações Institucionais, Agricultura e Turismo 'caíram' e, agora, integram a 'faxina' nos Ministérios.

Nesta segunda-feira (17/10), o líder do PSDB, senador Álvaro Dias, entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República pedindo a instauração de inquérito e a investigação do suposto envolvimento de Orlando Silva no esquema de desvio de dinheiro público e recebimento de propina.

Neste dominó ministerial, formado por 36 pedras, já sucumbiram cinco. Quantas quedas mais teremos que assistir para nos mobilizar e tomar uma atitude? O pior de tudo é que os ministros são escolhidos e não votados. Assim, não dá nem para colocar a culpa nos brasileiros que elegeram Tiriricas, Romários ou Bebetos.

*Com informações da revista Veja

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Paixão de cinema: Bahia, Minha Vida



Impressionante como a torcida do Bahia é apaixonada pelo time. Além dos feitos históricos de participação nos estádios, a torcida, com o grito de guerra 'Bora Bahêa minha porra', tem lotado os cinemas soteropolitanos para assistir ao documentário Bahia, Minha Vida, ultrapassando as médias de público alcançadas por filmes de sucesso internacionais. O longa traz depoimentos dos apaixonados torcedores e relembra momentos históricos do time baiano.

Os dados são impressionantes: 16.649 pagantes nas 13 salas em que foi exibido, totalizando uma média de 1.281 espectadores. A marca supera tramas como Amizade Colorida (958), filme com o astro Justin Timberlake e a revelação Mila Kunis, Sem Saída (539), que é protagonizado por Taylor Lautner, e a sequência de terror, Premonição 5 (509).

Fundado em 1931, o time baiano já venceu o campeonato brasileiro duas vezes (1959 e 1988), mas, há pelo menos 10 anos, vem amargando resultados pouco expressivos. Quem pensa que por causa disso a torcida deixou de frenquentar os estádios e se desmotivou com a atuação do Tricolor de Aço está redondamente enganado. Mesmo estando na 3ª divisão, os torcedores reuniam-se nos estádios para ver os jogos e conseguiam manter o nível de público do time lá no alto.

Além dos seguidos insucessos do Bahia, os fanáticos tricolores tiveram que superar uma grande tragédia: em 2007, sete torcedores despencaram da arquibancada da Fonte Nova, durante a partida que garantiu o acesso do time à Série B, e morreram na hora. Desde então, a antiga Fonte Nova não sediou jogos do time e acabou por ser implodida em agosto do ano passado. Atualmente, está sendo construída no local a Arena Fonte Nova, que irá receber jogos da Copa de 2014.

Com o Bahia de volta à Série A neste ano, os torcedores continuam lotando estádios e acompanhando com fervor o desempenho da equipe tricolor. É preciso que os dirigentes do time honrem o amor da torcida e invistam, de fato, no sucesso permanente do time, levando a sério os mínimos detalhes do cotidiano, desde equipamentos, treinos, salários, ao respeito para com os jogadores e equipe técnica.

A devoção dos tricolores, que já levou o prêmio de Torcida de Ouro, dado pela Confederação Brasileira de Futebol, não pode ser marginalizada. O amor dos tricolores é declarado todos os dias, seja em campos e estádios, seja em poltronas de cinema.

Respeito é bom e o torcedor do Bahia gosta!

* Não sou torcedora do time baiano, mas respeito profundamente o amor que a torcida apaixonada dispensa à equipe. Sem mais: BORA BAHÊA MINHA PORRA!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Rafinha Bastos: o autossabotador


O sucesso meteórico atingido pelos jornalistas/humoristas do 'Custe o que Custar', nacionalmente conhecido como CQC, é, na atual conjuntura da televisão brasileira, algo surpreendente. O programa, transmitido semanalmente pela Rede Bandeirantes, acompanha o cotidiano do Brasil, com destaque para a política e o esporte, de forma irreverente e ácida.

Nesta semana, um de seus apresentadores, Rafinha Bastos, foi afastado pela diretoria da Band, por contar piadas, a meu ver de péssimo gosto, que causaram desconforto para muita gente. A gota d´água foi Rafinha afirmar que a cantora Wanessa (filha do Zezé), que está grávida do empresário Marcos Buaiz, estava tão gostosa que ele "comeria ela e o bebê". O afastamento do rapaz tem causado um grande burburinho na mídia nacional.

Essa não foi a primeira piada infame do humorista. À época do suicídio da atriz Leila Lopes, ocorrido em dezembro de 2009, Rafinha fez os seguintes comentários no twitter: "Não condenem o suicídio. Pense: se você fosse a Leila Lopes, o que você faria?” e "A todos os que se ofenderam com o que eu disse da Leila Lopes: a vida é ótima e suicida tem mais é que se f*".

A segunda polêmica em que se envolveu o jornalista, que, diga-se de passagem, foi eleito como administrador do Twitter mais influente do mundo pelo The New York Times, foi causada por uma desastrosa piada: "mulher que reclama que foi estuprada é feia, e o homem que cometeu o ato merece um abraço, e não cadeia".

Qualquer pessoa que tenha bom senso percebe que o humorista passa dos limites. Piadas podem ser ácidas, rudes, de humor negro, mas o respeito ao ser humano deve ser, acima de tudo, levado a sério. Em tempos em que a violência extrema se abate e espalha pelo país, pessoas influentes devem, pelo menos, ficar caladas e não incitar, ainda mais, a prática criminosa, seja ela qual for.

Parece que o sucesso subiu à cabeça do comediante, que perdeu as medidas e acabou errando na receita do humor. Rafinha Bastos, na verdade, é um incrível autossabotador e eu espero, de verdade, que essa criatura nem volte ao programa. Seria uma excelente lição para quem acha que pode falar o que quer, sem que haja consequências. Responsabilidade e respeito ao próximo devem ser condutas adotadas por todos aqueles que, de alguma forma, podem influenciar terceiros.